terça-feira, 28 de outubro de 2008

Ser Palhaço

Ser palhaço é muito mais do que apenas fazer as pessoas rirem, vai além disso, ser palhaço é voltar a ser criança, fazer tudo aquilo que você sempre teve vontade de fazer, mas nunca fez, por vergonha, é ser ingênuo em maior parte do tempo.

O palhaço também é responsável com que as pessoas tornem-se atores sociais do meio em que elas vivem, conscientizando-os através de intervenções temáticas, abordando temas de preocupação social, como: Violência, solidariedade, meio-ambiente, educação etc. então ao longo dessa trajetória que venho traçando, sempre venho aprendendo mais e mais.

Vejo que o palhaço, por ser algo que expõe as pessoas ao ridículo, assim como o palhaço se expõe, para poder fazer com que a pessoa não sinta-se mais à vontade, existe também aquelas pessoas que apenas olham para os palhaços e pedem simplesmente um abraço (principalmente as crianças). Quem olha pra um palhaço e não ri? Quem faz a alegria mesmo de quem está emburrado? O palhaço.

O palhaço é meu outro
SER, é meu outro EU, é outra vida que vivo, pra mim, ser palhaço era tudo que nunca imaginava ser, achava lindo, mas nunca imaginava ser, e hoje, não vivo mais sem essa outra - digamos - "vida paralela", ela me completa, ela me faz feliz, me faz melhor.

Resumindo, ser palhaço é isso:

- Ser ingênuo;
- Estar com o sorriso na cara, por mais que o mundo se acabe;
- Fazer com que as pessoas riam delas mesmas;
- Conscientizar as pessoas;
- E fazer com que os públicos sejam atores sociais no meio em que vivem.

Se um dia vocês tiverem a oportunidade de viver um dia de palhaço, façam o teste, qualquer coisa estou aqui para ajudar.

Saudações Circenses.

Palhaço RaFoCa

sexta-feira, 20 de junho de 2008

"É som de preto, de favelado, mas quando toca ninguém fica parado."


Esse trecho de música do título nem sei de que música é, mas tudo bem. Estava hoje a cantarolar essa música não sei o porquê, mas estava refletindo sobre a mesma e veio-me à tona: porque só porque é de preto, de favelado ninguém dança não? Ou ninguém gosta? Ou tem PRECONCEITO? Acho inclusive que a última opção é mais válida, só não entendo como que os próprios compositores(??????) desta canção(?????²) se acham inferiores ao som dos ditos "brancos"? Os hippies diriam que é culpa da sociedade, digo que é culpa deles mesmos, já que eles não querem sofrer preconceito, porque eles mesmos se auto-preconceituam a si mesmos (Pleonasmo massa, foi de propósito, pra enfatizar!).

Não consigo entender, já já aparece uma falando assim: "É som de branco da zona sul e quando toca ninguém fica parado." E chega a galera do movimento negro (nada contra, acho um dos movimentos mais organizados do país depois do MST!) falar que é preconceito também, porque primeiro não analisam a outra parte, que está neles mesmos? Ah, já sei, é porque é fácil criticar os outros, mas em casa é difícil criticar.

Música é um tipo de manifestação também, mas será mesmo necessário dizer que só porque é som de preto, de favelado todo mundo vai ficar parado? Ficar parado porque, PRECONCEITO? NÃO GOSTAM DE SE MISTURAR COM PRETO? Creio que antes de expôr esse tipo de música (ruído) que se chama "funk carioca", que nem sabem de onde nasceu o funk às vezes, antes que pensem que tenho alguma coisa contra o "funk carioca", eu só não gosto! E acho que antes de dizerem que é funk, esses (pseudo)compositores saibam o que estão fazendo, pois o funk de verdade, nasceu nos bairros negros norte-americano e é uma mistura de R&B, Jazz e Soul.

Façam como quiserem, mas nunca, jamais digam que o que vocês cantam é funk, isso é matar, esquartejar e expôr em praça pública o que chamamos verdadeiramente de: MÚSICA!!!!

FUNK CARIOCA NÃO É MÚSICA e ponto final.
Desculpem-me aos que gostam, mas essa é minha visão como músico.

Saudações.

"A música é o barulho que pensa." (Victor Hugo)

domingo, 4 de maio de 2008


" - Professora... (...)
- Sabe sexo explícito?
- Sei - disse a professora, desconfiada. - Que que tem sexo explícito?
- Passarinho faz sexo expíucito.
- Como é?
- Expíucito. - Passarinho faz sexo expíucito.
Por um longo tempo, enquanto as crianças riam, a professora ficou paralisada. Depois apagou a semente do quadro-negro e disse para todo mundo pegar lápis colorido e desenhar uma paisagem bem bonita." - Trecho da crônica "Sementinhas".

(VERÍSSIMO, Luís Fernando. Sementinhas: O Santinho, 3ª ed., Porto Alegre, L&PM,1991.)

Sexo, não entendo até hoje o porque dessa vergonha de se falar de sexo, não sei se é porque criou-se um mito sobre a relação sexual, principalmente na relação pai-filho, onde o pai ou o filho tem vergonha de falar sobre sexo, sobre prevenção, sobre o que fazer na hora, entender o que é, como fazer, essas coisas, que uma pessoa experiente pode passar para uma pessoa mais nova.

Infelizmente, a sociedade leva sexualidade na brincadeira, até na arte, onde tudo é possível, vamos dar um exemplo: essas bandas de forró (ou pelo menos dizem que é...) que tem por aí, a grande maioria só faz sucesso por causa das mulheres gostosas que aparecem usando uma calcinha minúscula, ou então fazendo posições insinuosas, me poupem, mas isso é ridículo, às vezes (sempre?!?!?) a banda em si nem produz o que chamamos de música, mas só faz o bendito sucesso por causa das mulheres expostas lá. A sociedade ao assistir uma peça onde há encenações de muita exposição acha ruim, como é que pode? Só tem um nome para isso: HIPOCRISIA, acha tão linda a exposição feita pelas "dançarinas" citadas acima, e quando vê a arte mesmo, no palco acha um absurdo, acha uma pouca-vergonha! Não consigo entender (mas juro que tento...).

A máxima moderna é: P... na B... e Gozo na X...

É e não adianta esconder, o que o povo pensa é isso, sexo por sexo e acabou! O amor está se esvaindo aos poucos, não recrimino quem faz sexo por sexo, só acho que pelo menos tem que saber o nome da pessoa, ao menos isso, ou então, conversar um pouco, mas... Aí quando fica grávida: "Ai, eu não planejava, vou abortar, mais um filho não dá, como vou me sustentar?" Toma porra!! Deu porque quis, agora arque com as consequências, na hora é tão bom (Cá entre nós, sexo é bom demais!)...

E como eu sempre falo: Amor que fica...


Saudações sexuais.


Ah! Sexo faz bem pra saúde viu? Não importa a sua opção sexual! E nem a idade!

quarta-feira, 23 de abril de 2008

Charge por: Daniel Arruda


Burocracia - do francês: bureaucratie 1. Administração da coisa pública por funcionário (de ministério, secretarias, repartições, etc.) sujeito a hierarquia e regulamento rígidos, e a uma rotina inflexível.

É, ela mesmo a tal burocracia que nos persegue todo santo dia, ninguém sabe porque (ou sabe??) ela está tão presente no dia-a-dia no nosso mundo. Hoje, fomos eu e dois amigos meus tentar resolver o problema de minha amiga, pois o celular dela está faltando o número do PIN e ela não utiliza o celular enquanto não tiver com ele, ou seja, só recebe (bendita telefonia móvel!!), continuando, fomos até a rua Lagarto, fomos encaminhados até lá pela própria moça que vendeu o celular pra minha amiga, e falou para ela ir até lá, chegando lá, fomos à recepção: - Moça, é o seguinte, esse aparelho tá pedindo o PIN e perdemos. Ela: - Ah, eu não sei se aqui faz isso - ela dá um grito - Fulana!!! Telefonia móvel onde é?, a outra responde apenas com um dedo apontando pra um telefone, fomos até lá, esperamos muito, até o senhor que estava lá sair, chegamos, falamos com a Central de Atendimento, e tivemos de ir até uma autorizada da NOKIA, não fomos porque estava tarde, agora, como é que pessoas despreparadas estão em uma mesa para dar informações, não sabe nem o que dizer, e ainda tem que esperar filas e mais um telefonema e ainda ter que ir até uma autorizada, quer dizer, se fosse caso de vida ou morte, já teria morrido e a esta hora não estaria escrevendo aqui (ou então seria um blog póstumo, será? só tem uma pessoa que sabe minha senha...).

O que nos assola neste país é, de certa forma, a burocracia encontrada em todo tipo de serviço público, não se sabe se é má vontade dos que tem a responsabilidade de nos atender, ou se realmente tudo acontece porque tudo é lento, o sistema está fora do ar (meio difícil, mas escutamos estes tipos de desculpa o tempo todo...), a tecnologia está aí para evitar que nós peguemos filas, ou esperemos por serviços de direito social. Infelizmente, muitas pessoas, sabemos que não tem informação (ou não procuram saber...) dia desses foi imposta uma lei que só podia demorar em filas no máximo 15 minutos, mas ninguém reclama quando demora mais que isso, é... vamos viver assim por um bom tempo, quem sabe até que o mundo se acabe, mas as estas horas quero estar mortinho da silva (ou eu volto em outra encarnação pra ver...).

Precisamos acreditar que o país vai mudar (há!), e também que o mundo vai mudar, e vamos ser o melhor planeta da galáxia. E como Rodrigo do Dead Fish falaria: "E aí poderemos sorrir como mulheres negras, que apesar de todo sofrimento, se negam a chorar." - Mulheres Negras (Dead Fish - CD "Sonho Médio - 1999")

"Impunidade usada pra vencer, comprada com seus votos e sua omissão, legislar ou pedir voto, não seja tão honesto ou irá, se resignar e aceitar se eles são apenas 10, não terá o seu quinhão tão sujo quanto o deles."

Tão Iguais (Dead Fish - CD "Zero e Um - 2004")

Saudações.

domingo, 24 de fevereiro de 2008


Ah o teatro! Coisa linda de se ver, pena que não é tão valorizado quanto deveria, as pessoas, muita das vezes acham idiotice, ou às vezes não entende, porque não tem um nível de conhecimento amplo, como por exemplo, ano passado na peça Medéia que eu fiquei nos bastidores, o pessoal rindo de uma tragédia (realmente foi uma tragédia ver todo aquele povo rindo de uma tragédia grega!), infelizmente a população só dá valor ao que é da massa, o que a massa escuta, o que a massa vê (Big Bundas Brasil?!?!) e até o que a massa come. O Circo, até o circo está sendo esquecido aos poucos, cadê os palhaços, os malabaristas e tudo mais? Agora o circo é feito de animais irracionais, elefantes, leões, etc. (o lugar deles não seria na selva?) e não se dá mais valor ao ser humano, o que realmente faz o Circo de verdade, com intervenções com o público, malabares, usam a perna de pau, e faz o povo cair na gargalhada (não, quem só faz rir não é só o palhaço, todo artista circense também nos faz rir). Hoje fui a uma oficina de circo muito boa, o pessoal super receptivo, sempre em prontidão para ajudar, aconselho a todo mundo ir alguma vez a alguma oficina de circo, ou até fazer aula de circo em algum lugar específico, pois este é de grande valia para qualquer pessoa de todas as classes sociais e de qualquer tipo de raça (se é que existe essas separações!). Pessoal, vamos fazer de nosso país um país de cultura, um país que se preocupa com a cultura, e não deixar que a cultura de massa nos engula e não deixe espaço para a verdadeira cultura.

"E a lona rasgada no alto No globo os artistas da morte E essa tragédia que é viver, e essa tragédia Tanto amor que fere e cansa"

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008


Um dia desses estava conversando com uma senhora no terminal, ela pediu pra eu ajudá-la com as compras pra botar no ônibus, ela começou a reclamar dos preços dos materiais escolares, que comprou pra neta um livro de R$68,00, falou que tava tudo caro, que pra quem vivia só com um pouco mais do que um salário mínimo, e ainda falou que tinha pagado tudo à vista, agora não sei como uma pessoa que ganha um pouco mais do que um salário paga uma parada de mais de R$600,00 à vista, e ainda reclama da educação, que a neta dela tinha de estudar em escola particular, porque a escola pública não oferece a educação necessária, que o governador nem o presidente liga para o nosso estado. Eu não entendo esse povo, quando o neoliberalismo está no poder, reclama, quando entra um que, visivelmente melhora o país, economicamente falando, quando o dólar vai lá pra baixo, o país com um respeito internacional muito grande, não que Lula seja "O Presidente", mas de todos esses anos, o menos pior foi ele, pelo menos nada fica escondido, a PF pode trabalhar como deve, e sem mais milongas, ele não privatizou nada, aí vão dizer: "A Vale do Rio Doce tá produzindo mais do que quando era estatal!" Certo, mas garanto que se ele não vendesse por 3 bi estaríamos com uma dívida externa bem menor não acha? No mais, deixarei vocês com uma passagem de Luís Fernando Veríssimo com uma crônica dele: O povo, recomendo a todos esta crônica, muito boa, se puderem, leiam-na.

(...) "Responda, sem meias palavras: haveria os problemas de trânsito se não fosse pelo povo? O povo é um estorvo.
É notória a incapacidade política do povo. O povo não sabe votar. Quando vota, invariavelmente vota em candidatos populares que, justamente por agradarem ao povo, não podem ser boa coisa.(...)
O povo não tem a mínima cultura. Muitos nem sabem ler ou escrever. O povo não viaja, não se interessa por boa música ou literatura, não vai a museus. O povo não gosta de trabalho criativo, prefere empregos ignóbeis e aviltantes. Isto quando trabalha, pois há os que preferem o ócio contemplativo, embaixo de pontes. Se não fosse o povo nossa economia funcionaria como uma máquina. Todo mundo seria mais feliz sem o povo. O povo é deprimente. O povo deveria ser eliminado."

"O povo": O popular, 3ª ed., Porto Alegre, L&PM, 1982