domingo, 24 de fevereiro de 2008


Ah o teatro! Coisa linda de se ver, pena que não é tão valorizado quanto deveria, as pessoas, muita das vezes acham idiotice, ou às vezes não entende, porque não tem um nível de conhecimento amplo, como por exemplo, ano passado na peça Medéia que eu fiquei nos bastidores, o pessoal rindo de uma tragédia (realmente foi uma tragédia ver todo aquele povo rindo de uma tragédia grega!), infelizmente a população só dá valor ao que é da massa, o que a massa escuta, o que a massa vê (Big Bundas Brasil?!?!) e até o que a massa come. O Circo, até o circo está sendo esquecido aos poucos, cadê os palhaços, os malabaristas e tudo mais? Agora o circo é feito de animais irracionais, elefantes, leões, etc. (o lugar deles não seria na selva?) e não se dá mais valor ao ser humano, o que realmente faz o Circo de verdade, com intervenções com o público, malabares, usam a perna de pau, e faz o povo cair na gargalhada (não, quem só faz rir não é só o palhaço, todo artista circense também nos faz rir). Hoje fui a uma oficina de circo muito boa, o pessoal super receptivo, sempre em prontidão para ajudar, aconselho a todo mundo ir alguma vez a alguma oficina de circo, ou até fazer aula de circo em algum lugar específico, pois este é de grande valia para qualquer pessoa de todas as classes sociais e de qualquer tipo de raça (se é que existe essas separações!). Pessoal, vamos fazer de nosso país um país de cultura, um país que se preocupa com a cultura, e não deixar que a cultura de massa nos engula e não deixe espaço para a verdadeira cultura.

"E a lona rasgada no alto No globo os artistas da morte E essa tragédia que é viver, e essa tragédia Tanto amor que fere e cansa"

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008


Um dia desses estava conversando com uma senhora no terminal, ela pediu pra eu ajudá-la com as compras pra botar no ônibus, ela começou a reclamar dos preços dos materiais escolares, que comprou pra neta um livro de R$68,00, falou que tava tudo caro, que pra quem vivia só com um pouco mais do que um salário mínimo, e ainda falou que tinha pagado tudo à vista, agora não sei como uma pessoa que ganha um pouco mais do que um salário paga uma parada de mais de R$600,00 à vista, e ainda reclama da educação, que a neta dela tinha de estudar em escola particular, porque a escola pública não oferece a educação necessária, que o governador nem o presidente liga para o nosso estado. Eu não entendo esse povo, quando o neoliberalismo está no poder, reclama, quando entra um que, visivelmente melhora o país, economicamente falando, quando o dólar vai lá pra baixo, o país com um respeito internacional muito grande, não que Lula seja "O Presidente", mas de todos esses anos, o menos pior foi ele, pelo menos nada fica escondido, a PF pode trabalhar como deve, e sem mais milongas, ele não privatizou nada, aí vão dizer: "A Vale do Rio Doce tá produzindo mais do que quando era estatal!" Certo, mas garanto que se ele não vendesse por 3 bi estaríamos com uma dívida externa bem menor não acha? No mais, deixarei vocês com uma passagem de Luís Fernando Veríssimo com uma crônica dele: O povo, recomendo a todos esta crônica, muito boa, se puderem, leiam-na.

(...) "Responda, sem meias palavras: haveria os problemas de trânsito se não fosse pelo povo? O povo é um estorvo.
É notória a incapacidade política do povo. O povo não sabe votar. Quando vota, invariavelmente vota em candidatos populares que, justamente por agradarem ao povo, não podem ser boa coisa.(...)
O povo não tem a mínima cultura. Muitos nem sabem ler ou escrever. O povo não viaja, não se interessa por boa música ou literatura, não vai a museus. O povo não gosta de trabalho criativo, prefere empregos ignóbeis e aviltantes. Isto quando trabalha, pois há os que preferem o ócio contemplativo, embaixo de pontes. Se não fosse o povo nossa economia funcionaria como uma máquina. Todo mundo seria mais feliz sem o povo. O povo é deprimente. O povo deveria ser eliminado."

"O povo": O popular, 3ª ed., Porto Alegre, L&PM, 1982